Pena de morte
02:40:00
Verbalmente vomitado por Ana Satou
Oi.
Sem assuntos polêmicos hoje, amiguinho imaginário. Trata-se de uma fobia que possuo desde que nasci. É uma das fobias mais babacas já existentes, senão a mais babaca logo. Medo de altura? Não. Medo de barata? Não ‒ de fato, adoro pisar em uma. Medo de aranha? Também não. Medo da Dilma? Talvez. Mas nada, nada se compara ao meu incurável e ridiculamente improvável medo de penas.
![]() |
Esta em especial me dá um medo extra. Oh God, make it stop... |
Sim, amiguinho: penas. Penas, plumas, essas coisas que os pássaros têm. Morro de medo da porra de uma pena! Para me ver gritando desesperada, como se não houvessem esperanças para o mundo, basta colocar uma pena que seja na minha frente e me ameaçar com ela.
‒ Mãos ao alto! Vai passando a bolsa!
‒ Mas você não tá armado.
‒ (tirando uma pena do bolso) E agora? Passa a bolsa senão eu vou te fazer cócegas!
E fique pasmo, amiguinho, essa porra de fobia tem nome: pteronofobia. Você encontrará resultados no Google, sim, mas nada esclarecedor, o que me deixa ainda mais estranha. Afinal, se não está no Google, não existe. Ah, sim: pteronofobia aparece no Windows Live Writer com aquele sublinhado vermelho. Nem o Writer sabe o que é isso!
![]() |
Sem zoeira |
Não, não passei por nenhum trauma com nenhuma ave. Talvez na vida passada eu tenha morrido engasgada com uma pena de galinha, enquanto um avestruz louco me arrastava, araras gritavam no meu ouvido e uma pomba depositava seu arsenal cagatório em minha cabeça. Urgh, sinto arrepios só de pensar, enquanto você deve estar se cagando de rir aí. Pode rir, eu já me acostumei.
Vai ver é por isso que tenho total aversão a bailes funk, afinal, só tem galinha lá. E também não gosto muito do Park Shopping Barigüi: olhe em volta, e verá apenas peruas.
E falando em penas, não entendo porque tem tantas pombas no centro. Sempre que vou pra lá, vou paranoica. Medo de ladrão? Não. Medo de ser abordada por uma pomba trombadinha. Como se ela fosse dizer: “Passa a pipoca aí ou eu vou cagar na tua cabeça, morô?”.
Aproveitando o embalo pombal, gostaria de fazer um apelo pra você, que alimenta essas desgraçadas: você merece chupar o cu de um elefante com diarreia. Não apenas porque me cago de medo de penas, mas também porque o bicho é muito filho da puta. A pomba é uma verdadeira colônia de piolhos, suja, come qualquer merda que joguem pra ela, transmite tantas doenças quanto um rato, anda igual um idiota e ainda assim faz o favor de defecar na cabeça humana mais próxima. Agora eu pergunto: como um bicho lazarento desses pode simbolizar a paz?
Mas é isso aí mesmo. Todo mundo tem seu calcanhar de Aquiles. O problema é que se uma galinha ficar a 10 metros de distância do meu calcanhar, já será motivo suficiente para dar um piti.
Reações: |
9 de maio de 2013 15:36
compartilho do mesmo que vc,nossa é horrível ter um medo tao estupido,mas fazer oq, né? Ja cansei das pessoas me zoarem cm isso,mas elas não sabem o quão horrível é,essa sensação de panico,o coração acelera,vc fica paralisado de medo,parece que esta prestes a morrer,bate um desespero imenso,uma vontade de chorar cm a a sensação de impotência,é simplesmente horrível e irracional,minha mãe disse q é desde pequena, não sei o motivo aqo que me consta não sofri nenhum trauma q me desencadeasse essa fobia absurda,mas vamos em frente cm essa maldita fobia. ass:Jaciana Regina
5 de junho de 2013 00:23
Ahh, alguém que me entende!
Realmente, é horrível. As pessoas tirando sarro da nossa fobia como se fosse "frescura" nossa, ou como se fosse algo fácil de superar. O nome já diz: FOBIA. É um medo enorme, irracional e acima de tudo, incontrolável. Não é algo que se "cura" do dia para a noite. Prova disso é que sofro disso desde pequena e hoje estou aqui, ainda com pteronofobia...
Como você mesma disse, Jaciana, tem toda essa coisa da paralisação, do desespero, a sensação de impotência... Mesmo diante de um bicho inofensivo (uma galinha, um papagaio, por exemplo), ou de uma pena avulsa, não tem como controlar. E junto com tudo isso vem a frustração de não conseguir superar um medo tão estúpido.
Mas é a vida, né? Obrigada pelo comentário (e desculpe pela demora da resposta)!